Mercado imobiliário se favorece da baixa taxa de juros e constante busca pela casa própria, configurando-se como um dos setores mais seguros e rentáveis para se investir na crise
O investimento imobiliário pode ser uma das maneiras mais rentáveis de aplicação financeira – é uma área historicamente segura para investimentos e tradicional entre os brasileiros. Em períodos de crise e incertezas, como o atual cenário de pandemia, o imóvel é uma alternativa de investimento, dadas as boas expectativas do setor.
Condições como a taxa básica de juros (Selic) a 2% ao ano, a menor no patamar da história do Brasil, coloca o imóvel como negócio vantajoso, visto que a rentabilidade de aplicações em renda fixa diminuiu radicalmente. O mercado imobiliário, é, portanto, beneficiado em dois aspectos: configura-se vantagem para aqueles que desejam extrair recursos da renda fixa para investir, e também para aqueles que querem financiar a casa própria.
Além disso, enquanto outros ativos mostram clara volatilidade, o preço dos imóveis está sendo pouco afetado durante a crise. Isso ilustra a tendência de crescimento do setor. Um dos sócios diretores da Buriti Empreendimentos, Sidney Penna, explica que, como a pandemia foi algo novo para todo o planeta e que não se sabe quando as rotinas “normais” voltarão, é necessário escolher opções de investimentos que trazem uma garantia de que não haverá perdas significativas.
“Praticamente não existem riscos nos investimentos no mercado imobiliário, e isso acontece porque os imóveis não sofrem desvalorizações imediatas. Isso traz possibilidades de expandir o patrimônio de forma consistente. Por mais que o ganho não seja tão expressivo quanto poderia ser em um investimento em renda variável, por exemplo, é uma ação segura, que minimiza perdas e certamente será valorizada”, afirma Sidney.
De acordo com a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), a tendência é, inclusive, que a renda do aluguel supere os ganhos com aplicações em renda fixa, pois sabe-se que a valorização dos imóveis costuma aumentar com juros baixos. A Associação acredita ainda que mesmo aqueles que estão dispostos a correr riscos precisam diversificar sua carteira de investimentos, o que é comumente feito por meio de títulos públicos ou outras aplicações de renda fixa – que, nessa fase, deverá ser em imóveis.
Outro fator decisivo para o crescimento do investimento em imóveis é a busca pelo imóvel próprio – com a transferência das mais diversas áreas da rotina para dentro de casa, diminuição de salários e demissões, muitos que viviam de aluguel sentiram o peso de arcar com seus custos de vida e ainda desembolsar com uma porcentagem de seu suado dinheiro para um terceiro. Os juros baixos também incentivam o financiamento da moradia, o que consequentemente favorece a retomada do mercado imobiliário.
“Aqui na Buriti, citando um caso análogo, percebemos a clara diferença nos números – foram três meses durante a pandemia que extrapolamos vendas e metas. A procura de lotes aumentou porque o trabalhador brasileiro quer investir em algo que é dele”, informa Moisés Carvalho, também sócio diretor da Buriti.
Seja para alugar, morar ou revender, os imóveis têm tido uma trajetória de valorização ao longo dos anos, com uma média de 9,4% ao ano, rendimento 44% maior que o gerado pela poupança, ainda segundo dados fornecidos pela Abrainc. Especialistas da área alertam que o momento é agora: as condições favoráveis para o mercado imobiliário estão evidentes, e o imóvel é uma ótima opção tanto para fins de moradia como para de rentabilidade.